Marketplace x E-commerce: qual a melhor abordagem de crescimento digital?

Com a popularidade do termo Marketplace, muitos empreendedores ficam na dúvida se é mais viável abrir um Marketplace ou um E-commerce, como estratégia de crescimento digital.

Se você ainda não sabe o que é e como funciona um marketplace, veja nesse link aqui.

No final das contas não existe resposta certa, e tudo depende da sua estratégia de longo prazo. O fato é que as vendas através de Marketplaces têm aumentado ano a ano no Brasil e no mundo, visto que para o cliente, é mais fácil comprar em um shopping virtual e ter a facilidade de comparar preços e ofertas dos produtos ou serviços dos vendedores, ao invés de visitar e-commerce por e-commerce para tomar a sua decisão.

Por outro lado, se você deseja ter um resultado maior em médio prazo, talvez o E-commerce seja uma melhor opção, pois depende de um esforço e investimento menor em comparação com o Marketplace.

Para você entender melhor as diferenças entre cada estratégia, vamos te contar melhor abaixo.

Porque abrir um E-commerce?

As lojas virtuais se tornaram uma boa opção para o varejo offline e até mesmo para lojas de atacado e indústrias, que agora podem facilmente distribuir seus produtos para todo o Brasil sem a necessidade de pontos de venda físicos em cada cidade que gostariam de atender.

Mas a dura realidade é que uma operação de E-commerce, pode demorar para se pagar, devido principalmente às questões abaixo:

  • Fraude e Chargeback: em vendas de produtos físicos para consumidores finais através da internet, é comum que ocorram casos de fraude do cartão de crédito e com isso, a transação tenha que ser estornada. Porém, após a fraude ter sido identificada, muitas vezes o Gateway de Pagamento já fez o repasse dos valores da compra, ou seja, o custo da transação já ocorreu. Esse custo fica em torno de 4% à 5% sobre o valor da compra. Então imagine você tendo que pagar esse custo para cada transação fraudulenta que acontecer na sua operação. É claro que existem sistemas de anti-fraude, mas eles cobram por transação verificada (mesmo que não seja uma venda concretizada).
  • Devolução de Produtos: como o cliente está comprando um produto na internet, sem ver fisicamente como ele é, tem o direito de devolver em até 7 dias após receber o produto, ou simplesmente, se arrepender da compra e cancelar o pedido. Em caso da devolução, a logística reversa é um custo que o E-commerce acaba tendo, além da venda que pode ser perdida.
  • Frete e Logística: é comum em algumas regiões o frete sair muito caro e inviabilizar que o cliente faça o pedido. Além disso, em alguns casos a logística não funciona muito bem e o pedido pode atrasar dependendo do seu operador logístico, causando insatisfação nos clientes.
  • Operação: você precisa se preocupar em ter uma boa equipe de atendimento, separação e gestão da sua operação de E-commerce, para que os clientes fiquem satisfeitos ao final da sua experiência e retornem para comprar novamente, pois só assim o E-commerce consegue ter uma eficiência de custo e marketing.
  • Marketing Digital Concorrido: hoje a maior parte dos produtos já são vendidos online em grandes plataformas de E-commerce e Marketplaces, como Mercado Livre, Americanas, Magazine Luiza, entre outros. Ou seja, é caro investir em marketing digital e concorrer com esses grandes para atrair tráfego para o seu site.
  • Taxa de Conversão Baixa: a taxa de conversão geral do E-commerce é de 1,5%, ou seja, a cada 100 visitantes únicos, apenas 1 ou no máximo 2 vão se tornar clientes. Isso significa que você precisa de canais de aquisição que não custem muito caro para que a operação realmente se pague.

É claro que existem formas de contornar todas essas dificuldades, mas é importante ter consciência que abrir um E-commerce exige planejamento e boa execução.

Também é importante ter diferenciais claros na sua estratégia de negócios, para que você não concorra diretamente com outras soluções existentes no mercado.

Por exemplo, recomendo que você foque em atender um nicho de mercado específico de clientes, ou apenas vender produtos que não são encontrados facilmente em outras plataformas.

É fato que E-commerces de nicho conseguem ter muito mais eficiência nas suas estratégias de marketing, pois a taxa de conversão normalmente é maior (pelo menos 10 vezes mais do um E-commerce tradicional), e toda a sua operação também fica mais eficiente, desde o marketing até o atendimento do cliente.

Então se você estiver pensando em criar um E-commerce, analise sua concorrência, seus diferenciais, e tenha um bom planejamento para cuidar de todos os pontos que falamos acima, com o objetivo de diminuir as taxas de devolução, chargeback, entre outros problemas que afetam a margem do E-commerce.

Porque abrir um Marketplace?

Agora se o E-commerce é uma loja virtual, o Marketplace é o shopping virtual, de produtos, mas também de serviços, que é onde está a principal oportunidade de negócios.

Pare um pouco para pensar: o mercado de serviços representa mais do que 50% das empresas ativas no Brasil. Os MEIs, microempreendedores são a maior parte dos CNPJs criados no Brasil. A classe de pequenas empresas é a que mais gera empregos e movimenta o PIB nacional.

Ou seja, é fato que existe uma grande quantidade de prestadores de serviços no Brasil. E esses profissionais ou empresas, estão buscando formas de divulgar seus serviços online e atrair novos clientes.

É aí que entra o Marketplace de Serviços, que é um lugar que reúne os prestadores de serviços de um nicho específico de mercado e permite que os clientes contratem online de forma fácil e segura.

Então mesmo que você seja uma empresa que vende produtos, veja os principais diferenciais para você pensar em abrir um Marketplace de Serviços:

  • Oceano Azul na Internet: ainda existem poucos Marketplaces de Serviços, e por isso, a concorrência é baixa. Então com um investimento em marketing digital relativamente baixo (em comparação com o valor investido em plataformas para venda de produtos), você consegue um retorno do investimento em um prazo menor
  • Sem problemas com Logística: como você está intermediando serviços, não existe o problema com a entrega do produto físico, e por isso questões como valor de frete não são um problema. É claro que você precisa criar mecanismos para garantir uma boa satisfação e segurança dos seus clientes, então funcionalidades como Avaliação dos Profissionais e Pagamento em Garantia, que retém o valor até que o serviço seja prestado, são necessários.
  • Modelo Local, Escala Global: é claro que você pode criar um Marketplace de Serviços que opera somente na sua cidade, estado ou no nível nacional. Mas a questão é que diferente do E-commerce, como você está apenas intermediando negócios entre compradores e prestadores de serviços, a escalabilidade é maior, pois não depende de ter galpões para armazenar produtos ou qualquer estrutura física. Mas é claro que são necessárias boas estratégias de marketing local na região onde você está criando o seu Marketplace.
  • Venda de Serviços em mercados de Produtos: mesmo que você venda produtos, é possível que no seu mercado exista alguma prestação de serviços. Por exemplo, pense em um material de construção que vende torneira. Apesar de ser um produto, é muito comum que o cliente precise contratar um prestador de serviços para fazer a instalação. E o mesmo ocorre em diversos mercados que vendem produtos, e deixam de visualizar a oportunidade de intermediar serviços e faturar com isso.

Se você estiver pensando em um negócio a longo prazo, com potencial de ser realmente escalável, usando a tecnologia a seu favor, com certeza o Marketplace é uma boa alternativa ao invés do E-commerce.

A dificuldade do Marketplace é que você precisa cuidar muito bem das duas pontas da balança: os vendedores e os compradores. E para isso é necessário uma boa estratégia de marketing e retenção de clientes, pois normalmente um Marketplace se torna um negócio valioso quando tem um alto volume de transações.

E assim como no E-commerce, a dica é sempre pensar em um nicho específico de serviços que você já tenha experiência, ou que seja um mercado que você possa acessar com certa facilidade. Isso vai aumentar a probabilidade do seu Marketplace ter uma taxa de conversão maior e trazer resultados em menos tempo.

Conclusão

Como vimos não tem resposta certa: você pode criar um E-commerce ou um Marketplace para crescer seu negócio na internet, e ter resultados significativos com as duas estratégias.

Porém, vemos que a oportunidade de criar um Marketplace de Serviços atualmente é muito maior e pode ser algo que ninguém viu ainda no seu mercado.

Então o convite é que você pense diferente e busque refletir qual é a melhor estratégia para a sua realidade: Marketplace ou E-commerce. E se precisar de ajuda, conte com o Ideia no Ar que nós podemos auxiliar: https://www.ideianoar.com.br